Depois do bebé nascer, a chegada a casa pode ser uma grande alegria mas pode ser também um grande misto de medo, ansiedade, aflição e insegurança.
Para pais de primeira viagem, sem pais, sobrinhos e filhos de amigos por perto este momento de chegada a casa sem o apoio dos profissionais de saúde e família pode ser muito aflitivo de facto.

Assim, preparei um post simples e claro com alguns tópicos que é preciso ter em atenção quando temos um recém nascido ao nosso cuidado.


1. AQUECIMENTO
Os recém nascidos não conseguem nas primeiras semanas regular a temperatura corporal como os adultos e por isso é preciso ter em conta a sua temperatura corporal já que esta aumenta e diminui rapidamente.

> Os recém nascidos perdem cerca de 70% de calor pela cabeça, pelo que devem ter um gorro, um pano ou um chapéu. 
> Os recém nascidos normalmente precisam de uma ou duas peças de roupa a mais do que os adultos. Isto é, se neste momento eu tenho duas camisolas vestidas, o meu bebé precisará de ter 3 mangas - body, babygrow e casaquinho, por exemplo.
> Uma das formas que temos de ver se o bebé tem frio ou calor ou colocar uns dedos nas suas costas ou peito, se estiverem frias estas superfícies corporais, o bebé tem frio. Se estiverem transpiradas, o bebé está sobreaquecido. E isto é perigoso, também.
> O contacto pele com pele é uma excelente forma de ajudar o bebé a regular a sua temperatura corporal :)

2. SONO

Os recém nascidos passam grande grande parte do tempo a dormir, chegando a dormir nas primeiras semanas até 18 horas/dia. 

Aqui a dica vai para as mães, aproveitem realmente para dormir enquanto os bebés dormem!!


Bebés que durmam muito e tenham muita dificuldade em acordar podem estar doentes. É preciso avaliar.

3. CARINHO
O carinho é indispensável à sobrevivência, sabiam? 

Não tenham ideias sobre habituar mal, sobre o bebé ter manhas...quanta crueldade. Um recém nascido, acabou de chegar à vida humana, terrena, fora do útero, onde estava 24 sobre 24 horas acolhido, aquecido, embalado, acompanhado, e querem pô-lo sozinho, num berço frio, completamente em silêncio, num ambiente repleto de luz? Vamos com calma :) Vamos ajudá-los a fazer esta transição.

A única forma que os bebés têm para exprimir as suas necessidades, sejam elas, fralda molhada, fome, sono, frio, calor, insegurança, medo, susto...é através do choro. Sempre que o bebé chora, mostrando a sua necessidade e esta é atendida, satisfeita, ele aprende que o mundo é um lugar seguro e amoroso. O bebé aprende desde logo a confiar e a ser confiante. 


Pegar no bebé de forma gentil, falar baixinho, respeitar os seus ciclos de sono/vigília, amamentar em livre demanda, beijar, dar colo...são tudo formas de acarinhar o novo bebé. 




4. PROTECÇÃO CONTRA INFECÇÃO
Os recém nascidos estão ainda a fortalecer o seu sistema imunitário e é muito importante manter afastadas possíveis causas de infecção.

> Adultos e crianças doentes não devem visitar o recém nascido nas primeiras semanas.
> As mãos devem ser lavadas antes e depois de tocar no bebé.
> As unhas devem estar cortadas e limpas.
> O cordão umbilical deve estar limpo e seco.
> O leite materno ajuda e muito na formação do sistema imunitário do bebé.

5. BANHO
> Para dar banho ao bebé, o quarto deve estar ligeiramente aquecido e sem vento.
> Deve estar tudo pronto para o banho antes de começar - roupa, toalha, fralda, creme ou óleo, meias, gorro, compressas para limpar o cordão, água quente - para que o bebé fique o menos tempo possível descoberto.
> A água do banho deve estar quente sem ser demasiado quente. Uma boa dica é usar o cotovelo. Se a água estiver à sua temperatura, está óptima. Claro que cada bebé tem a sua própria sensibilidade e de banho para banho vamos percebendo qual a melhor temperatura para o nosso bebé.
> Primeiro lavar a cara, depois o corpo e no fim o cabelo uma vez que é pela cabeça que o bebé perde mais calor corporal e por isso é a última parte a ser molhada.
> Depois de tomado o banho, o bebé deve ser colocado pele com pele para que a temperatura regularize novamente.

6. CORDÃO
O cordão umbilical é muito importante pois pode ser uma fonte de infecção e tétano.

> O cordão deve manter-se seco e limpo e não cobri-lo com nada (compressas, gazes....) claro que a roupa vai estar por cima mas só depois do cordão estar bem seco.
> É preciso ter cuidado com o chichi, principalmente nos rapazes, para não molhar o cordão.
> Normalmente o cordão cai, completamente seco, 5 a 10 dias após o parto.

Sinai de infecção do CORDÃO UMBILICAL:
> Atraso na separação do cordão/umbigo (mais de 10 dias)
> Secreção de pus
> Odor desagradável 
> Vermelhidão ou inchaço

7. SINAIS DE PERIGO NO RECÉM NASCIDO
Alguns sinais que mostram que alguma coisa não está bem e que indicam necessidade de avaliação pelo médico pediatra:
> Problemas respiratórios - recém nascido respira < 30 ciclos por minuto ou > 60 ciclos por minuto
> Dificuldades na amamentação
> Temperatura corporal baixa
> Temperatura corporal alta - febre
> Pálpebras inchadas, vermelhas e com produção de pus nos olhos
> Pele avermelhado, pus, inchaço ou odor desagradável junto ao cordão umbilical
> Convulsões/desmaios
> Icterícia/ pele amarelada


Estes são alguns, dos mais importantes talvez, pontos a ter em conta quando a nova família chega a casa, sozinha, autónoma e pronta a viver uma grande aventura :)

A minha sugestão pessoal é que peçam ajuda SEMPRE que for preciso. É sem dúvida uma altura muito delicada, com as alterações hormonais, emocionais e espirituais da nova mãe, com a dinâmica da família e do casal a ser totalmente reestruturada e há estes cuidados físicos a ter com o novo bebé.
Com calma, com confiança e com intuição acredito que seja mais fácil :)

Com amor,
Catarina

[adaptado de Cuidados ao Recém-Nascido . Manual de Consulta . Saving Newborn Lives PDF
fotografias maravilhosas retiradas de http://www.maxineevansphotography.com/
e Heather Carraway]

Bom dia!! 
Com a frequência com que se fala do "poder do toque", este é um assunto que não é novidade para quase ninguém. Mas sabemos exactamente o que o toque na mãe produz no bebé? Vale a pena relembrar :)

Durante o toque:
- há produção de endorfinas - hormonas produzidas pelo cerébro que diminuem a dor e produzem mesmo uma sensação de bem-estar e boa disposição
- há fortalecimento do sistema imunitário
- há contribuição para uma vida mais longa 


Quando a mulher está grávida, e com o aumento de volume sanguíneo, os pequenos vasos sanguíneos estão dilatados e todas as sensações de toque na pele estão aumentadas! Na gravidez o toque pode ser mesmo muito útil para aprofundar a auto-hipnose, para criar laços com o bebé e até reduzir a probabilidade de laceração vaginal (através da massagem ao períneo, por exemplo).

Como pode então o toque na mulher influenciar o bebé?
Imaginem a sensação de estarem, neste preciso momento, a ser massajadas por alguém muito querido. Todo o corpo relaxa, a sensação que predomina é de segurança, descontracção e prazer. Sentem?  :) 
Como se sentirá um bebé dentro da barriga com todas as endorfinas da mãe em circulação, com o sentimento de amor, protecção, segurança tão expandido? O bebé recebe todo este apoio psicológico da mãe e sente o mesmo que a mãe está a sentir. A massagem pode ser feita sozinha mas idealmente deve ser feita em comunhão, em partilha, em família!

Cada vez que o parceiro oferece uma massagem à mulher grávida (e 10 minutos são suficientes para cosneguir este efeito) esta não só fica relaxada como o bebé recebe sangue fresco, oxigenado e nutritivo através do útero e da placenta. 

A relação do pai com o bebé começa muito antes do nascimento e fortalece-se através destes momentos. Sabiam que o bebé sabe distinguir a voz e o toque do pai de outra pessoa? Não é maravilhoso?
Ahah, o bebé deve estar no útero a fazer figas para que o papá chegue e ofereça este mimo tão delicioso a toda a família!!

A massagem pode ser feita com óleos essenciais, com propriedades calmantes e relaxantes, como é o caso do óleo de alfazema. Podem ser massajados os pés um do outro (não é só para a mulher que há poder do toque! :)) durante 10 minutos ou partilhar banhos de óleos, em que a barriga da mamã é massajada. Isto vai acalmar e relaxar o bebé mas vai também nutrir a pele, mantendo-a elástica e prevenindo estrias!

(Que bom que é saber isto! Quando for eu a mulher grávida, vou deliciar-me com o toque do papá do meu bebé mas também com a felicidade de saber o bem que estou a fazer ao novo ser que crescerá em mim! Que maravilha!!)

(adaptado do livro "Método para um parto suave", Dra Gowri Motha e Karen Swan Macleod)


Bom dia! 
Como sabem e já viram em fotografias que aqui partilhei sou SUPER FÃ do lenço porta bebés! Pessoalmente gosto e confio mais neste lenço grande do que no sling. Este parece-me mais funcional, mais adaptável e sinto-me muito segura quando o uso com o meu sobrinho querido!

Com o crescimento dele e a necessidade de novas posições ando regularmente à procura de novas formas de o sentar para que seja confortável não só fisicamente como também emocional e psicologicamente. Com 8 meses é normal que queira ver tudo, que prefira estar com os braços mais livres e numa posição totalmente verticalizada, certo?

Encontrei agora mesmo este vídeo e acho muito pertinente partilhá-lo convosco. Aqui mostram não só como se coloca o pano como indicam também os locais de suporte do peso, algumas dicas para confirmar que o bebé está bem colocado e diferentes posições do bebé!
Achei um máximo! Vou já mostrá-lo à minha irmã mamã :)

(P.S. MUITO OBRIGADA a quem passa por esse lado e a quem não só passa como também deixa comentários positivos que me fazem acreditar ainda mais que todo este sonho faz mesmo sentido!! Muito muito grata*)


A vida intrauterina é algo que me fascina MUITO. Mais do que contemplar mulheres grávidas, eu imagino o bebé dentro do útero, o que estará a sentir e a ouvir ?! Acredito profundamente na memória pré-natal assim como na capacidade que os bebés têm de, para além de percepcionar o estado emocional da mãe, aprender esse mesmo estado. 

Ainda este fim de semana, acabada de acordar e olhando para o G. a cantar e a dançar mal se levanta, disse-lhe: "Já imaginaste o que é um bebé ser criado, crescer com esta emoção? Esta paz que eu sinto e esta felicidade e alegria ao ver-te assim."
E imaginar o contrário? E imaginar que um bebé passa 9 meses, a base de toda a sua vida, em ambiente emocional triste, zangado, tenso? Isto faz-vos algum sentido? Ou é só a mim que me toca particularmente? :)


E as mulheres que vivem depressão durante a gravidez? Estudos feitos com milhares de bebés mostram que o grau de depressão vivido pela mãe durante a gravidez é proporcional ao estado depressivo dos bebés quando nascem!

Estive a ler palavras do Dr. David B. Chamberlain e acho mesmo encantador ter esta perspectiva sobre a MEMÓRIA PRÉ-NATAL. 

Tradicionalmente diz-se que a memória tem início por volta dos 3 anos de idade uma vez que é a partir dessa altura que há mais relatos de memórias conscientes! E antes disso? As memórias podem não ser conscientes  mas existem! Há relatos de algumas crianças que de forma espontânea relatam memórias do seu nascimento, do seu parto (por vezes momentos guardados que nunca foram partilhados!) 
Há já vários estudos sobre a capacidade de aprendizagem e a memórias MESES antes do nascimento. Há por exemplo um caso de gémeos que foram vistos, com apenas 20 semanas de gestação, a brincar um com o outro através das membranas do saco amniótico. Nos seus primeiros anos de vida, a brincadeira preferida destas crianças era colocar-se atrás e à frente do cortinado e tentarem apanhar-se um ao outro através da cortina. :) Não é o máximo? 

Foram feitas já algumas experiências sonoras em que as mães colocavam o mesmo texto a passar de forma regular durante a gravidez ou reproduziam o mesmo ritmo e depois do nascimento os investigadores perceberam que os bebés preferiam o som já conhecido do que outro.

Aqui entra também muita da minha vontade de contribuir para partos humanizados, respeitando a mulher mas também, MUITO, o bebé. Como Dr. David Chamberlain diz "Traumatic events in neonatal intensive care are indelibly imprinted in memory and intrude on adult life, often in the form of fear". No seu artigo refere ainda o caso de um rapaz que nasceu prematuro e esteve na unidade de cuidados neonatais desde as 29 semanas de gestação e desenvolveu medo ao som e imagem da fita adesiva. 

Se estivermos um bocadinho atentos aos nossos pares, aos nossos amigos e conhecermos um bocadinho da sua gravidez e do seu parto, começamos a perceber esta relação directa! 
O útero é mesmo um local mágico, super activo e interactivo e como David Chamberlain diz " ... the womb is, in fact, a classroom."

E a pergunta que nos faço é: E o que queremos nós ensinar aos nossos filhos desde LOGO? :)

(adaptado de https://birthpsychology.com/free-article/prenatal-memory-and-learning#.VIbf7TGsV1a
imagem de http://www.channel4.com/programmes/miracles-in-the-womb)


Descobri que, mais do que me preparar física, emocional e espiritualmente para receber um bebé em mim, mais do que querer uma doula para me apoiar na minha gravidez e parto, mais do que querer dar muuuuuuito colo e muiiiita mama e muito respeito e muita parentalidade positiva aos bebés que serão os meus filhos, vou seguir uma filosofia de vida (será?) que engloba TUDO isto.

Tudo isto se enquadra numa forma de criar e por isso eu a ter chamado de filosofia de vida, tal como o vegetarianismo ou a macrobiótica. O nome deste estilo de vida com foco na educação e criação é CRIAÇÃO COM APEGO ou ATTACHMENT PARENTING (Hoje em dia há nomes para tudo não é? :))


A Criação com Apego não é mais do que a criação de vínculos fortes com os nossos filhos e tem 8 princípios fundamentais. Cada um pode ser muito desenvolvido e desconstruído em vários pontos, no entanto e para uma primeira abordagem, vou trazer o resumo que li, feito pelo Thiago Queiroz do paizinhovirgula.
A criação com apego começa exactamente, como eu defendo, antes da gravidez!


  • P1: Preparando para a gestação, nascimento e criação
- Que tipo de pessoa sou? Estou resolvida? Tenho inseguranças? Traumas? Crenças? Eu acredito que é fundamental auto descobrirmo-nos e conhecermo-nos. Se há partes de mim que eu não conheço, que não são plenas nem felizes, como posso eu ser o exemplo para o meu filho? Aqui pode ser importante fazer trabalho emocional e ir à própria infância perceber que filhos fomos, que pais tivemos...
- Depois avaliar os tipos de parto que existem, o que mais se identifica comigo, por que procedimentos médicos vou passar, ou não, qual a forma que escolho para trazer ao mundo o meu filho?
- Escolher uma doula que me ajude neste processo, tanto a nível emocional como informativo
- Pesquisar também sobre cuidados ao recém nascido para me irs preparando para a chegada do bebé e para me sentir mais segura e capaz.

P2: Alimentando com Amor e Respeito

- Amamentação como primeira escolha
- Entender que o estômago do bebé é pequenino e aceita pequenas quantidades de leite de cada vez,. O bebé precisa de mamar não só porque tem fome e descomplicar este assunto - amamentar quando o bebé precisa e satisfazer a necessidade do momento - amamentação em livre demanda
- Criar vínculo com o bebé através da amamentação, trocar olhares. Os recém nascidos precisam que os olhos da mãe e do pai se centrem neles. Faz parte e é essencial para o seu desenvolvimento.
- Iniciar a alimentação sólida quando o bebé mostra sinais de que quer isso e não porque faz 4 meses ou 6 meses e dizem que está na altura. Estar atenta e respeitar as necessidades e as vontades do bebé!

P3: Respondendo com sensibilidade

- Estar sensível às necessidades do bebé, compreender que há bebés que precisam de mais contacto físico do que outros, que precisam de ajuda para se acalmarem, que o choro é a única forma que têm de mostrar desconforto e respeitar essa comunicação, atendendo com sensibilidade às necessidades dele
- Sermos também empáticos. Se o bebé ou a criança mostra zanga ou raiva ou medo para quê ralhar? Era isso que gostaríamos que fizessem connosco? Se procurarmos entender a razão que está por trás daquele sentimento e confortarmos a criança não é mais benéfico?

P4: Usando o contacto afectivo

- O toque é fundamental para todos nós e mais ainda quando somos crianças. O toque faz crescer, ajuda no desenvolvimento, desperta sensações e aproxima-nos uns dos outros
- Usar a amamentação, a massagem infantil, o colo, os abraços para nutrir o bebé e a criança

P5: Garantindo um sono seguro, física e emocionalmente

- A primeira pergunta que fazem aos pais "Já dorme a noite toda?". É tão importante conhecer o ritmo de sono dos bebés, perceber que o acordar frequentemente é uma questão de sobrevivência! Falei do sono aqui, podem ler mais sobre este assunto. 
- Cosleeping - o bebé dorme com os pais e isto pode ser na mesma cama ou no mesmo quarto, desde que haja proximidade - tem mostrado cada vez mais ser seguro e benéfico seguindo algumas regras. O que acontece nestes casos é que quando o bebé desperta ligeiramente tem ali uma presença, uma mão sobre o corpo, um shhhh, que o embala e lhe dá segurança. Ele sabe que não está sozinho e que é seguro dormir. Quando sente fome e começa a dar sinais disso, se a mama estiver próxima, o bebé pode até nem acordar e sente também que as suas necessidades são satisfeitas e mais uma vez que é seguro dormir.
- Não esquecer também que mesmo em adultos há quem tenha dificuldade para dormir e que não gosta de dormir sozinho. Então porque vamos obrigar um bebé a isso? Porque não confortar e ajudar sabendo que nos primeiros meses de vida, muitos bebés não têm maturidade para se acalmarem sozinhos? 

P6: Provendo cuidado consistente e amoroso

- Mais uma vez aqui a importância do vínculo. Se deixamos a criança com alguém que não os pais, o ideal é que entre a criança e o cuidador haja vínculo. É muito importante que a criança aprenda a confiar, sabendo que na sua rotina está ao cuidado daquela pessoa, de quem gosta e por quem é amado e respeitado.
- É na primeira infância que as crianças aprendem a criar vínculos. Se estão constantemente a mudar de cuidador ou se são desprezadas ou desvalorizadas espera-se que cresça dali um adulto que não confia nos outros porque as primeiras relações que teve na sua vida não foram exemplo de consistência nem amorosidade.

P7: Praticando a disciplina positiva

- Novamente aqui a importância de tratarmos os nossos filhos como gostaríamos de ser tratados. Colocar medo, manipular, chantagear não é bom para ninguém principalmente em crianças que não sabem ainda defender-se nem conhecem mecanismos para ultrapassar isso. Potenciar a vergonha, a humilhação a uma criança é terrível!! E pode acontecer com coisas simples e muitas vezes inconscientes (a avaliar pelo número de situações do género a que eu assisto no meu dia a dia).
Um exemplo: "não comes a sopa? fico triste contigo".
Porque temos de manipular a criança? Porque ameaçamos assim? Porque não entender a razão pela qual a criança não quer comer a sopa? E negociar se for preciso - "Não te apetece toda, comes o que quiseres!" Não é mimo nem má educação! É compreensão, é explicar a importância da sopa, a importância de, por vezes, comermos alimentos que não gostamos tanto do sabor, que o sabor educa-se...etc.
(A Magda do Mum's the Boss é perita nesta área!!! :))

P8: Mantendo o equilíbrio entre a vida pessoal e familiar

- Aqui o chavão "Pais felizes, filhos felizes". Se não estou bem comigo como posso estar receptiva aos outros? Com sensatez, com equilíbrio arranjar formas de mantermos a nossa individualidade. Antes de sermos mães e pais já existiamos. Parece-me essencial manter este contacto com o nosso ser, que é só nosso e que para além de mãe é também mulher, esposa, filha, amiga, profissional, praticante de yoga, apaixonada pela praia e pelo sol....
- Arranjar formas de nos alimentarmos a nós próprios para podermos ser uma fonte saudável e feliz para os nossos filhos!!

(adaptado de http://paizinhovirgula.com/criacao-com-apego-aquele-resumo-que-voce-sempre-quis/)




Dei de caras com este pensamento escrito por uma querida e linda mãe e lembrei-me de deixar aqui a resposta que daria a esta pergunta.
Nos bebés a capacidade de auto-regular a temperatura não está totalmente desenvolvida sendo por isso importante estar atenta aos sinais de hipo ou hipertermia.
Se avaliarmos a temperatura do bebé somente pelas extremidade, braços e pernas, vamos estar induzidos em erro uma vez que o organismo do bebé canaliza o calor para os órgãos vitais - coração, rins, cérebro deixando os "menos importantes" menos irrigados.


Para avaliar correctamente a temperatura do bebé devemos colocar a mão nas costas ou peito e se estiverem suadas ou húmidas o bebé está sobreaquecido.
Esta é uma informação simples e realmente importante porque o sobrequecimento do bebé pode ser uma das causas de morte súbita.
Assim, o bebé não deve dormir com edredón, apenas com 2 ou 3 cobertores simples e leves, roupa confortável e larga.

Uma óptima solução, e que eu apoio imenso como já sabem, é ter o bebé no colo com o pano ou sling. De preferência, sempre que possível, contacto pele com pele. Não há nada melhor do que a pele da mãe ou do pai para o bebé regular a sua própria temperatura :)






É incrível como me sinto sortuda quando descubro e exploro estes temas. A primeira coisa que penso enquanto integro estes conhecimentos é "Estou a preparar-me tão bem para a maternidade!". Cada nova ferramenta que aprendo vai melhorar tanto a qualidade de vida dos pequeninos que irão escolher-me como mãe :)

"Thalasso baby bath" quem conhece este termo? E quem já viu este vídeo?
O que sentem ao ver estas imagens? É semelhante aos banhos a que já assistiram?
Para mim este tipo de comportamento do bebé durante o banho é novidade! Completamente!


A experiência que tenho mostra-me bebés com frio, que choram ao serem despidos, que choram ao contactar com a água, que são lavados e ensaboados com alguma pressa uma vez que o choro mostra real desconforto e quanto mais cedo forem embrulhados e acalmados melhor. Acredito que haja por aí muitos bebés que não sejam assim, e ainda bem!!

Esta forma de dar banho ao recém nascido é maravilhosa. Tão suave, repleta de respeito e carinho. MA-RA-VI-LHO-SA!
Este método foi criado pela Enfermeira Sonia Rochel quando começou a perceber que os bebés precisam de tempo. Tempo para comunicar, tempo para conhecerem a vida extra uterina e para se acostumarem à sua nova realidade. Numa tentativa de os receber, Sonia começou a usar esta técnica no primeiro banho para dar as boas vindas ao novo ser e para potenciar ao recém nascido uma experiência quase tão boa quanto o parto, reactivando também as memórias do ambiente intra-uterino.

No vídeo podem ver que há um respeito enorme pelo bebé através da explicação do que vai acontecer, do que vai ser feito, pedida permissão para que aconteça e escutando a resposta do bebé, a vontade dele.

Há algumas regras que Sonia Rochel passa aos pais na hora de ensinar a técnica:
- não dar banho ao bebé quando este está com fome
- não ter receio de ter o bebé imerso, uma vez que é muito bom e relaxante sentir a água nas orelhas e sobre os olhos
- usar o chuveiro para lavar a cabeça já que o contacto da água é mais suave e é uma óptima massagem craniana
- segurança - lembrar sempre que o bebé tem reflexos e pode fazer movimentos bruscos sem aviso. É muito importante manter as mãos por perto e "alerta"
- temperatura da água e temperatura ambiente


O que também me fascinou no discurso que li da enfermeira Sonia foi ela dizer que é importante mudar a ideia que temos do banho do bebé. Acreditamos e agimos de acordo com o banho ser uma prática de higiene. Mas o banho do bebé é muito mais do que isso. É oferecer tempo ao bebé para que este sinta, para que relaxe e para que se sinta bem.

O bebé, tal como os adultos, vai acumulando tensão durante o dia e enquanto os adultos podem gritar, correr, desabafar e aliviar essa tensão, os bebés não têm essa capacidade. Então o banho também é uma óptima estratégia para aliviar a tensão acumulada no corpo do bebé e introduzir o sono, tranquilizando-o.

Desta perspectiva o banho é um momento tão íntimo! A mãe ou o pai que vai dar banho ao bebé está focado no que está a fazer. É preciso sentir aquela união e aquele cuidado. Enquanto cuidadores estamos a potenciar àquele bebé uma enorme sensação de tranquilidade, respeito, protecção, carinho.

Na verdade é muito mais do que higiene e relaxamento. É uma profunda ligação de amor dos pais para com aquele bebé. À semelhança do que Sonia faz, é um ritual de boas vindas!
 

All rights reserved © Catarina Gaspar