Wiiiiii!!
Não podia começar este post de outra forma que não uma exclamação de Felicidade, Êxtase, Celebração!
Hoje este piolho faz 6 anos! SEIS.
O meu primeiro sobrinho Salvador faz 6 anos.
 
Recuando a essa altura posso dizer-vos que antes da minha irmã ficar grávida, eu pedia e pedia e pedia e pedia um sobrinho. E quando imaginava, apenas imaginava isso, parecia que o meu tempo parava. Tudo entrava num modo tão lento, tão sereno, tão pacífico. Eu imagina que quando tivesse um sobrinho nunca mais me chatearia, ou ficaria preocupada, ou triste. A sensação que existia em mim, associada à imaginação de ter um sobrinho era tal, que TUDO valia a pena, que TUDO era secundário, que o mais importante era aquele ser que seria o meu sobrinho. 
 
Quando a minha irmã engravidou e me disse, choramos as duas de tanta alegria! Eu fiquei em êxtase puro. Acompanhei sempre de perto a sua gravidez, inclusive acompanhei-a às consultas e ecografias e conversava com o "feijãozinho" (foi sempre este o nome que lhe dava na gravidez) sempre sempre que podia. 
Na altura os meus conhecimentos sobre vínculo na gravidez,  ligação emocional ao bebé, eram puramente intuitivos e foi aí que, sem eu dar conta, toda a sabedoria que trago começou a ganhar forma e a expressar-se.
 
O parto do Salvador foi estrondoso para mim, completamente inesquecível e surpreendente já que até  ao momento de ficar na maternidade com a minha irmã não fazíamos ideia de que seria assim. Não sabia NADA (aliás, sabia dar a mão, sabia dar festinhas à minha irmã, sabia falar com o Salvador e incentivá-lo a vir...:) )  e não me preparei de forma nenhuma. Aconteceu e foi MARAVILHOSO.
 
Estes 6 anos têm sido uma descoberta incrível. Uma descoberta do Ser que é o Salvador, uma descoberta do que tenho em mim que se reflecte através dele, com ele. Uma descoberta da paciência que existe, da tolerância, do AMOR, do desafio, da alegria tão inata, da simplicidade, do ESTAR.
 
Contigo, Salvador, eu aprendo tanto! 
Encontrei agora, num blog antigo, alguns episódios que nos descreve, querido sobrinho. Palavras que contam a nossa história!
 
salv
11 Fevereiro 2014
"Quando os senhores da Internet chegaram e começaram a fazer buracos na parede ele tapou os ouvidos e não mais os destapou. Quando o barulho era muito intenso eu apertava a cabeça dele de encontro às minhas pernas e tapava a outra orelha com a mão firme. Quando o barulho acabava e eu tirava a mão ele dizia: "Tia, põe a mão no meu ombro outra vez." Sentamo-nos no Puff, enrosquei-o em mim e tapei-o com casaco e cachecol, apertando-o muito cada vez que o barulho forte se fazia sentir. Ouvia-o gemer, de medo. "É só barulho bebecas, não faz mal. Eu também não gosto nada. Mas está tudo bem."
O carinho. Tanto. O menino de 3 anos amedrontado que conscientemente eu embalava e acalmava. A chamada de atenção para a criança interior de todos nós, que se assusta, que pede protecção, que quando mimada e amada, se acalma e volta a confiar."
 
14 Janeiro 2014 
"Ontem o Salvador fez análises pela primeira vez. Perguntei-lhe como tinha sido. Respondeu-me "Portei-me muito bem. Não chorei, nem doeu." Ao tirar o penso, mal toquei no adesivo começou com lágrimas nos olhos. Disse-lhe "Meu amor, doi um bocadinho porque puxa os pêlos, mas fazemos rápido." A minha mãe disse-lhe "Então não choraste há bocado com a pica..." Ao que ele responde "Mas agora dói!" E chorou muito, num abraço partilhado entre nós."
 
"Enrolei-o todo quando saiu do banho, e em posição fetal ao meu colo segurava-o com a mão direita no rabinho e a mão esquerda nos pés. Disse-me "Tira as mãos tia." Pensei que ainda sentisse o frio das minhas mãos através do turco. Esclareceu-me "Tinhas a mão ali ao fundo e eu não gosto."
 
27 Novembro 2013
"Salvador, hoje vamos fazer enfeites de Natal, boa??"
"SIM! Montamos a árvore de Natal?"
"Sim, acho que pode ser. Temos só de perguntar à avó se pode ser."
"Está bem. Tia, eu monto à minha maneira e tu montas à tua maneira está bem?"
 
30 de Maio de 2013
Abraçar o Salvador enquanto dorme, ele olhar para mim e dizer: "Tia, vieste mesmo rápido! Estou tão feliz por te ver!" E perguntar "Vais ao meu lado no carro? Prometes? Ficas ao meu lado para sempre?" [E as lágrimas felizes tendem a chegar ;)]
 
15 de Maio de 2013
 
"És pequenino mas a felicidade que me fazes sentir não é proporcional ao teu tamanho.
 
És o amor mais puro. 
Adoro o nosso banho com "bol[h]as de peixe palhaço". As nossas gargalhadas quando fungas de propósito para ouvires o meu "aaaahhhhhh, socorro!!!!". Quando te ponho ao meu colo, ainda que tenhas um peso demasiado elevado para as minhas costas, e encostas a tua cara à minha e me lambusas a cara com os teus beijinhos. Adoro quando usas palavras surpreendentes "i[s]to é brutal tia", "está me[s]mo magnífico", "o serrote é para cortar a serreira" (sorriso!). 
Adoro quando queres fazer sozinho. Quando aceitas experimentar  quando inicialmente recusaste. Quando mostras a tua determinação, a tua honestidade e o respeito que tens por mim, porque o tenho por ti.
Adoro que me faças ser melhor pessoa a cada dia, melhor tia, melhor educadora, melhor companheira de brincadeiras. 
Vou adorar ler-te estes apontamentos que aqui deixo quando puderes entender o gigante que és no meu coração.
Obrigada príncipe por me encheres os olhos de lágrimas felizes cada vez que penso assim em ti."
 
salv1
 
 
30 Outubro 2011
"Sou tão feliz quando me sento no chão contigo para te ler histórias inventadas, quando pões o livro nas minhas pernas e te sentas no ninho que simulo, quando me pegas na mão e me levas onde queres, quando pegas no cavalo e imitas galopar e eu sei que foi comigo que aprendeste, quando te deixo escolher o que queres comer e te incentivo a autonomia, quando te vejo comer sozinho pela primeira vez - ainda que a colher vá torta e o risco de te sujares seja elevadissímo. Quando te ris tanto só porque disse a palavra "mocho". Quando te chamo "xiribita" e a tua língua se enrola no meio de gargalhadas para me tentares imitar. Quando te digo até já e anseio pelo minuto em que te volto a ter no colo. Quando te digo "amo-te" ao ouvido, e só nós ouvimos, e tu ficas a sorrir e a repetir o "te".
 
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09 Junho de 2010
Adoro o teu cheiro e a tua pele. Adoro o teu nariz. Adoro o desenho das tuas orelhas. Adoro os reflexos dos teus cabelos. Adoro quando abres os olhinhos, para nos espreitar. Adoro quando me deixas dar-te beijos sem resmungares. Adoro que o meu colo te acalme. Adoro-te até quando fazes caretas feias. Adoro as tuas unhas. Adoro as tuas bochechas rosadas.
Estive contigo 2 horas durante toda a tua vida, e já te amo mais que muito.
Quero-te aqui, pertinho. Já tenho saudades tuas Salvador.
 
E quando me dizes "Gostava de ser teu filho." E eu te respondo: "Mas tu és. Tu és meu filho do coração." - É mesmo verdade :')
 
 
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Olá!

Partilho convosco uma experiência que estou a viver e que tem sido uma grande aprendizagem :)

Desde que deixei de tomar a pílula (em Outubro de 2014) tenho estado atenta aos meus ciclos e a descobrir cada vez mais de mim e da minha menstruação. Os ciclos demoraram um bocadinho a ficar certos mas, desde há uns meses para cá, costumo ter ciclos de 31/32 dias.


Há uma semana comecei com sintomas de infecção urinária e neguei-me a essa realidade, querendo acreditar que podiam ser sintomas de gravidez. Quando dei conta de que realmente era infecção, identifiquei imediatamente a causa emocional que a originou e comecei a tratar-me (das várias formas - encarando a emoção que me levou àquele ardor, cuidando de mim conscientemente e tratando-me com ervanária). 

A ideia de gravidez não me deixou, mesmo assim, e fui-me agarrando a ela. 
No Domingo, a menstruação não veio. Na Segunda também não. Fiz um teste de gravidez e deu negativo. Ok, claramente o meu corpo está a corresponder à minha crença mental e está a pregar-me uma partida. 
Tive necessidade de pesquisar sobre "Quando fazer o teste de gravidez" e encontrei vários relatos de mulheres que diziam que tinha feito o teste perto do dia em que a menstruação devia aparecer e tinha dado negativo, mas na realidade, estavam grávidas. Uau, a minha mente estava a adorar! Toca de fazer filmes, e mais um e mais outro.

Terça-feira continuava sem menstruação e comecei a parar com os filmes concentrando-me no meu corpo e na realidade. E qual era a realidade? É que não estava menstruada. E o "porquê?" não era para ali chamado, porque essa resposta era ilusão. A única coisa que eu sabia era que NÃO estava menstruada. De vez em quando, dava conta que a minha zona abdominal estava contraída quase como se o meu corpo quisesse "fechar" a saída do meu sangue. Então, descontraía a barriga e os músculos pélvicos e dizia ao meu corpo "Eu confio em ti. Útero, eu confio em ti. O que é, eu aceito."

E passou-se Quarta-feira, e passou-se Quinta-feira. O G. já sabia do atraso e foi TÃO bom passarmos por esta experiência. Primeiro, aproximamos-nos, reapaixonamos-nos só de imaginar que podíamos ser pais agora. Olhávamos um para o outro com cumplicidade, com olhar de "ai, e se for?" e com um amor gigante um pelo outro. 
Falamos sobre essa hipótese mas sem ir muito a fundo, porque na verdade não sabíamos coisa nenhuma. E o que importa é o momento presente. Sempre que a conversa ia mais além, toca de focar no AGORA.

Ontem à noite comecei a sentir um desconforto abdominal e pensei "Oh bolas. É dor menstrual... ok"
E era mesmo. Senti-me tranquila ao ver a minha menstruação e fiquei surpreendida , pela positiva, com a reacção do G :D

Quem sabe esta espera não trouxe outra perspectiva à nossa vida? :D


Bom dia!!

Começo a semana partilhando convosco algo que concretizei há dias. De repente caiu-me a ficha e a mesma coisa mudou completamente porque a minha perspectiva mudou.

De que falo eu? :)
Actualmente eu estou em fase Pré-Concepção. O que significa que conscientemente estou a preparar-me para conceber. E isto não quer dizer que saiba quando é, até porque realmente não sei (para além de toda a imprevisibilidade que a vida, só por si, é).

O G. já não pode ouvir-me com esta conversa (eu entendo-o!) mas para mim é difícil não falar sobre isto. Para além de ser algo que quero TANTO, é alvo do meu estudo, do meu trabalho, da minha vocação e da minha paixão. Mesmo que não torne esta conversa pessoal e no momento não esteja a falar com ele sobre a nossa vida e os nossos futuros filhos, é um assunto que é mesmo muito falado. (Por isso querido G. muito obrigada pela tua tremenda paciência ;)).

Bom mas voltando à questão essencial, o que acontece é que eu, ultimamente tenho sentido uma enorme vontade em ser mãe e falei com o G. sobre essa possibilidade, sabendo à partida que queremos os dois, mas abordando o factor "tempo". "Quando vamos engravidar?" 
A minha vontade de ser JÁ não é a mesma que a do G que me responde sempre "Sim, quero mas não é JÁ!" Ahah (difícil isto :p)
O que acontece em mim, neste momento é que eu aceito a espera, porque, para além de querer tanto um filho, quero também muito que o pai do meu filho o queira. Por isso, faz-me todo o sentido esperar que haja mais vontade e mais à vontade do G. para isso. 
O que, por vezes, é fácil de concretizar, e outras vezes nem tanto. Na verdade eu estou à espera que o G. diga que sim. E eu não faço ideia quando isso vai acontecer. E é aqui, exactamente neste ponto, que me caiu a ficha.

Esta espera que eu estou a experienciar de livre vontade (porque eu aceito esperar) permite-me experienciar a totalidade da minha Feminilidade! Eu estou a ser o óvulo. Eu estou a preparar-me, dia após dia, semana após semana, mês após mês, trabalhando o melhor de mim, lendo, inspirando-me, alimentando-me, praticando yoga, melhorando a nossa relação de casal, elevando o meu espírito, etc para, quando o G, o homem, o macho, quiser, eu estar pronta. A única coisa que me compete fazer é preparar-me e ESPERAR, mantendo-me receptiva.
É só isto! Eu não tenho que agir, não tenho que impor, não tenho que lutar...eu tenho apenas que manter-me saudável, feliz e alegre, e, esperar :) 
Não é isto que o nosso ciclo menstrual faz todos os meses? O nosso útero não sabe quando vai chegar um óvulo fecundado. Mas ele, todos os meses, se prepara para essa possibilidade. E todos os meses desperdiça o sangue que usou para preparar a caminha para o embrião, para que possa, de forma revigorada, construir de novo. :D

Senti tanta gratidão por esta experiência, agradeci ao G. por esta espera, agradeci a possibilidade de sentir isto, por de alguma forma me alinhar ainda mais com o Feminino em mim.

E vocês? Alguém que esteja na mesma situação do que eu? Já tinham visto as coisas desta forma? Faz-vos sentido? :D

[imagem de http://www.motherforlife.com/conception/preconception-and-conception/4157-the-miracle-of-conception.thtml]



Saltitando de um site para o outro, fui parar ao blog da Rita Ferro Alvim. Comecei a ler a carta que escreveu à sua filha Madalena que ainda está na barriga e daí passei para as "Cartas aos filhos".

Esta frase fez-me vir aqui escrever:
"Vou continuar a tentar não julgar comportamentos, mas estar atenta a necessidades. São a satisfação delas que resolvem comportamentos." Rita Ferro Alvim

É tão isto! As crianças são tão puras na sua forma, tão honestas e tão transparentes que quando algo corre menos bem no seu comportamento, a primeira coisa que eu penso é: "O que tu precisas que não está a ser satisfeito?"
E isto é válido para todas as idades. O meu sobrinho Bernardo, tem quase 2 anos, e tem sido para mim um exemplo lindo disto!
Ele está sentado à mesa a almoçar, segura sozinho na colher e vai levando a comida à boca. Às vezes, por ir mais torto, a comida cai e a minha tendência é segurar na colher e endireitar. Se eu fizer isto como reflexo e por isso me sobrepor a ele, ele costuma puxar a colher no sentido contrário. Se por outro lado, eu agir com calma perguntando-lhe se posso ajudar, ele larga a colher na minha mão e deixa-me orientar. 
As crianças entendem o que lhe dizemos. Às vezes não sabemos comunicar com elas, às vezes não é fácil encontrar os termos mais adequados e achamos que dizer "Agora não dá." é igual a dizer "Agora não dá, porque tenho que fazer x." 

Ou, ele quer fazer uma brincadeira específica nossa em que tenho de o pegar ao colo e imitar um cavalo (ahah) e, estando ele no chão, agarra-se às minhas pernas e faz um som de chamamento, fecha o punho e mostra-me o que quer (na brincadeira vamos os dois com os punhos fechados como se estivessemos a galope! :p). Quando eu finjo que não entendo o que me pede, ele começa a ficar zangado, a gritar mais alto, a mostrar o que precisa e quer naquele momento. Se for possível fazermos a brincadeira fazemos, se não for, digo-lhe que sei que quer fazer de "Cavalinho" mas agora não dá porque.....e tudo bem. Ele entende!

O conceito (não sei se se pode chamar assim) da Parentalidade positiva está em mim desde que me lembro. Se há coisa da qual não tenho dúvida é que sou uma excelente Pedagoga. Não sei porquê nem de onde vem, mas garantidamente faz parte de mim. Eu consigo criar empatia com as crianças muito rapidamente. Consigo pôr-me no seu lugar e sentir a frustração que sentem, ou a alegria, ou a tristeza...isso é fácil para mim e compreendo que não seja fácil para todos. Obviamente :)
Mas há alguns conceitos, chavões que eu penso que só por si ajudam na relação adultos/crianças.



1. "Temos igual valor." - ouvi isto através da Mia [http://www.mindfulnesseparentalidade.com/] e é uma boa chamada de atenção.
A tristeza que eu sinto é igual à tristeza que uma criança sente. A frustração que eu sinto é igual. Não me apetecer comer mais ao almoço não é igual à falta de apetite de uma criança? Porque a criança é frequentemente julgada e eu não? Ou desprezada porque está triste e não há razões para isso? E quem sou eu para validar a emoção de alguém? A criança sente. Ponto. Se é porque o urso ficou em casa, é exactamente por isso que ela está triste! 


2. "Olhar para as atitudes das crianças com curiosidade." Também através da Mia.
Este conceito vai de encontro à frase da Rita. Não julgar. Olhar com curiosidade é olhar do ponto de vista neutro. Eu não estou a categorizar, nem a balançar para lado nenhum. Não é bom, nem mau, nem alto, nem baixo, nem desproporcional, nem pat eta. Nada. Olho, perguntando: "Porque está o meu sobrinho a gritar assim?" "O que se passa com ele para ter esta atitude que não é habitual nele?" "Porque se deitou para o chão a chorar?" "O que se passa?" "O que está por trás deste comportamento?" "Que emoção está na base desta expressão?" Eu sei que num momento de crise, não é fácil ter discernimento para observar. A tendência é reagir perante a acção de forma a acabar com ela. Claro que há contextos e que nem sempre é possível agir em vez de reagir. Mas ter estes chavões mentais por perto pode realmente fazer a diferença :)



Experimentem ouvir o que dizem à criança, a forma como dizem, o som com que dizem, e imaginem dizê-lo ao vosso amigo mais querido.

Partilho um episódio a que assisti ontem de manhã: Está a chover, a mãe quer rapidamente colocar o filho dentro do carro para não apanharem chuva e diz: "Entra!" E 3 segundos depois grita "Entra, Porra!!" 
Mesmo que a criança quisesse fazer o que a mãe MANDOU a primeira vez, não tinha tido tempo.
Se esta senhora agisse assim com o seu melhor amigo? 
Mas não. Aquela criança é filha dela e ama-a mais do que tudo! "Tudo bem ela gritar comigo quando eu estou a fazer o que ela acabou de mandar. Na escola, quando pedir um brinquedo ao meu amiguinho faço igual - "Dá-me!" ... "Dá-me!! Porra!" ;)" (Para além de que esta criança, se isto acontecer frequentemente, vai aprender que por mais rápido que seja, não chega. A sua forma de fazer as coisas, neste caso - entrar no carro, não é suficientemente boa.)

Como a querida Fátima Marques disse no Encontro Nascer em Amor, o que há a fazer à mãe é tratá-la como gostavamos que a criança fosse tratada. Os ciclos de violência são difíceis de auto-detectar e assumir e, mesmo detectados são difíceis de quebrar. Os gritos ou as repreensões desproporcionadas não acabam por gritar ou repreender os pais. Acabam quando os educadores e cuidadores sentirem, na pele, o que é ser bem tratado, bem cuidado, amado, falado com amor. 

As crianças seguem mesmo o exemplo das pessoas que estão à sua volta, em quem mais confiam, que são o seu mundo. É através de nós, educadores, que as crianças aprendem e se constroem. 

Na minha opinião, o primeiro passo para uma parentalidade consciente e positiva é estar atento. 
Estar atenta a mim enquanto cuidadora e educadora, atenta às palavras que digo, atenta às reacções que tenho, atenta ao volume da minha voz, atenta à expressão facial e corporal. Atenta, apenas. :)
Depois disso, detectando o que mais gostamos e menos gostamos na nossa forma de educar, aos poucos, mudar. Escolher a intenção com que fazemos. 
Qual o maior propósito? O que quero ensinar? 
Como a Mia sugere também, colocar a questão: "Como gostaria que as minhas crianças me descrevessem no dia da minha morte?" 


Bom dia!!

Encontrei o primeiro vídeo a semana passada, por acaso. Deliciei-me com as suas explicações, com o seu entusiasmo, com a sua sabedoria! A Dra. Radmila é sempre dúvida um grande exemplo para mim e para muitas mulheres, acredito.

A forma como explica, tão clara e apaixonadamente como os nossos ciclos acontecem, como as emoções se vão alterando com o ciclo, como é tão importante conhecermos esta nova faceta TÃO importante e tão esquecida.

Partilho convosco os três vídeos que a Dra. Radmila fez através da Alma Mater, porque acho completamente imperdíveis!! :D


Este primeiro sobre o ciclo menstrual.




O segundo sobre a vagina, a vulva, o clítoris e a relação sexual.


E o terceiro sobre os ovários e os óvulos, a fecundação, a energia feminina e masculina.

São brilhantes e deixam-me repleta de gratidão por SER mulher!

Muito grata à Dra. Radmila pela partilha de conhecimentos, sabedoria e experiência e muito grata também à Alagamares TV pela iniciativa e concretização da partilha!


No fim de semana passado estive com uma criança de 9 anos e com os seus pais e este assunto surgiu em conversa. Medicação ou não medicação, maneiras mais eficazes de ensinar, ensino mais personalizado como alternativa, etc,

Hoje, enquanto fazia pesquisa para trazer novo post ao blog, o assunto surgiu novamente num artigo que li. Então nada melhor do que juntar as duas abordagens para o mesmo problema e levantar um bocadinho a discussão sobre tudo isto.

Começando por uma visão mais globalizada, pergunto-me "Como é a sociedade hoje em dia?"



Em 2013 tínhamos estes valores para estados de Ansiedade, Depressão e Impulsividade. Portugal está em 2º lugar na prevalência de perturbações de Ansiedade e Impulsividade e 4º em perturbações Depressivas. E depois temos crianças com défice de atenção, hiperactivas e impulsivas. Pois.

David Code que escreveu o livro Kids Pick Up On Everything: How Parental Stress Is Toxic To Kids explica: "Se uma mulher experiencia níveis elevados de stress durante a gravidez, as hormonas do stress passam rapidamente através da placenta. O desenvolvimento cerebral do feto recebe este sinal e interpreta como havendo stress no meio ambiente. Como resultado, o cérebro desenvolve-se preparando-se para futuras situações ameaçadoras."

Isto faz todo o sentido! Temos adultos ansiosos e depressivos, temos grávidas ansiosas e depressivas, temos bebés ansiosos e irrequietos, temos crianças com défice de atenção e hiperactividade.
É assim que os cérebros dos bebés se desenvolvem, é este ambiente desprotegido que conhecem. Como podem não ser impulsivos quando o seu cérebro se desenvolveu em constante estado de alerta?

Isto faz sentido para vocês? 

Será que uma mãe ou um pai quando diz "o meu filho é hiperactivo" se questiona sobre a sua própria ansiedade e inquietude? Como ela própria reage numa situação do dia a dia? 
As crianças são esponjas, absorvem TUDO. E tão importante como dar amor a uma criança, é transmitir serenidade, tranquilidade, calma. Mas para isso é preciso que os adultos tenham consciência da forma como os seus estados emocionais influenciam as crianças, é preciso que os adultos queiram e treinem a serenidade para a transmitir. 
Neste caso não dá mesmo para usar a máxima "faz o que te digo, não faças o que eu faço." ;)



[imagem retirado de https://www.flickr.com/photos/amrufm
quadro retirado de http://www.fnerdm.pt/wp-content/uploads/2015/01/SaudeMentalemnumeros_2013.pdf
referência: http://www.forbes.com/sites/alicegwalton/2012/07/25/how-parents-stress-can-hurt-a-child-from-the-inside-out/]

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