Cesariana – só esta palavra tem, para mim, um peso incrível!
Ando às voltas com este tema porque não sei bem como o hei-de “arrumar” aqui. Vejo vídeos e fico arrepiada. Opto apenas por desenhos e animações? Mas a realidade existe, não é? Quantas de nós já viu uma cesariana?
Antes de ver, eu imaginava sim! Conseguia imaginar o procedimento quase ponto por ponto, mas estava longe de imaginar a realidade.
A cesariana é uma cirurgia! É a cirurgia que S-A-L-V-A vidas de mães e de bebés!
Como em todas as cirurgias existem indicações absolutas! Ou seja, situações em que se sabe não haver outra forma do bebé nascer vivo e saudável e/ou a mãe sobreviver ao parto.
Estas situações são:
– prolapso do cordão umbilical – isto é, estando o bebé em posição cefálica (cabeça para baixo pronto para nascer) o cordão umbilical está entre a cabeça do bebé e o cólo do útero. Esta situação constitui uma emergência pelo risco que há de ruptura do cordão ou descolamento da placenta que coloca a vida do bebé em risco.
– descolamento prematuro da placenta – a placenta desagrega-se do útero e deixa de nutrir e oxigenar o bebé
– placenta prévia – quando a placenta está localizada sobre o cólo do útero. Neste caso o trabalho de parto não pode ser iniciado uma vez que o cólo do útero não pode dilatar. Este diagnóstico só é feito após as 36 semanas, porque até lá o útero está a aumentar de tamanho, tal como o bebé, e mesmo que a placenta esteja baixa ainda pode subir. Num outro post explico em detalhe tudo isto! 🙂
– posição transversa – aquela em que o bebé está transverso à mãe, completamente deitado com a cabeça para um lado e o rabinho para outro (esquerda ou direita).
– ruptura da vasa prévia – vasa prévia é uma complicação obstétrica que acontece quando os vasos sanguíneos fetais se encontram perto do cólo do uterino e nas membranas da bolsa amniótica. Quando há ruptura da bolsa, há risco de ruptura dos vasos sanguíneos pela compressão dos mesmos contra o cólo do útero.
– Herpes genital com lesão activa no início do trabalho de parto
Há outras situações que devem ser analisadas de forma particular e individualmente como:
– apresentação pélvica do bebé
– 2 ou mais cesarianas anteriores
– HIVS+AIDS
Durante o trabalho de parto, pode haver necessidade de avançar para uma cesariana se:
– existir desproporção cefalopélvica – ou seja a cabeça do bebé não consegue encaixar na pélvis da mãe
– sofrimento fetal
– paragem da progressão do trabalho de parto
No entanto, nos dias que correm, há cada vez mais pedidos de cesarianas – cesariana electiva, e esta cirurgia acontece de forma rotineira e desnecessária. Porque razão isto tem acontecido? Porque escolham as mulheres a forma menos natural de ter os seus bebés? Conhecem os riscos associados?
Esta é a realidade da cesariana. Vejam e sintam. Vejam como o bebé é retirado do útero, como é vivido os seus primeiros minutos de vida. Com quem? De quem são as mãos que o tocam pela primeira vez? Que instrumentos? Onde está a mãe no meio disto? Para onde é levado o bebé a seguir? E o contacto imediato com a mãe?