“A história da minha Gravidez e Parto” por Catarina Raminhos

E chega a segunda entrevista para a rubrica “A história da minha Gravidez e Parto”, desta vez com a experiência da mãe de três Marias. A querida Catarina Raminhos aceitou o meu convite e partilha connosco como viveu as suas gravidezes, os seus três partos, que diferenças existiram entre cada um deles e a sua visão sobre o Parto em Portugal.

Vejam:

– As tuas gravidezes foram planeadas? Como te preparaste para a Concepção?

Foram planeadas, com a excepção da Maria Leonor.

Na primeira gravidez li imenso sobre maternidade, sobre os bebés, o parto e a gravidez em si. Na segunda e na terceira achei que já não precisava.

Tentei sempre viver as gravidezes de forma tranquila e não pensar muito no momento do parto. Torcia para que fosse natural e tive sorte porque nasceram as três assim.

– Como reagiste quando soubeste que estavas Grávida? A quem contaste?

Foi uma alegria enorme, até porque tínhamos tido uma primeira gravidez que terminou de forma espontânea às 7 semanas e por isso foi uma notícia boa. Contamos apenas aos nossos pais e irmãos e só mais tarde, depois das 12 semanas contámos a toda a gente 🙂

– O que sentes que a gravidez te trouxe? Alguma oportunidade especial?

Sim, sem dúvida! A oportunidade de gerar vida é avassaladora – e quase indescritível! Senti que era – em cada uma das gravidezes – o maior presente que poderia receber na vida.

Catarina Raminhos2

“Sempre que contava a história às manas, antes de deitar, ela dava imensos pontapés. E hoje adora ouvir histórias!”

– Como te sentiste enquanto estavas grávida?

À parte do cansaço natural, principalmente no último trimestre, senti-me sempre bem, feliz, tranquila. Estava a viver uma fase especial da minha vida e procurei sempre reforçar essa ideia.

– Fizeste alguma preparação para o parto? Fala um bocadinho sobre isso.

Só fiz o curso de preparação para o parto na primeira; no entanto, nas outras gravidezes como treinava com uma amiga com grande experiência com gravidas e bebés, fiz uma espécie de yoga e uma espécie de Pilates que me ajudavam a atenuar o cansaço e que me traziam um enorme bem-estar (obrigada querida Mónica!)

– Que conselho podes dar a outras mulheres grávidas sobre a preparação para o parto?

Numa primeira gravidez aconselho vivamente a fazerem preparação para o parto porque ajuda imenso na altura do nascimento e ajuda também naqueles primeiros meses tão exigentes; numa segunda ou terceira gravidez aconselho fazerem o que as fizer sentir melhor consigo mesmas.

– Como te sentiste com o teu parto? Foi o que tinhas idealizado? Se não, queres partilhar um pouco sobre o que correu menos bem?

O parto da Maria Rita foi perfeito. A equipa que apanhei no Hospital de Santa Maria foi 5 estrelas, manteve-me calma e descontraída. Foi muito rápido e correu tudo muito bem.

Da Maria Inês já não posso dizer o mesmo: estive mais de 12 horas a fazer a dilatação, deitada numa cama e isso é uma verdadeira tortura – se pudesse andar tinha sido menos doloroso, mais cómodo e mais rápido. Ela teve de ser tirada com a ajuda de ventosa e foi muito duro, desde o principio ao fim.

Da Maria Leonor as coisas voltaram a ser diferentes – felizmente. Só fui para o hospital nas últimas, com contracções já muito próximas umas das outras. Quando cheguei e me deitei na marquesa para fazer o CTG a bolsa das águas rebentou e a partir desse momento até que ela veio para o meu peito foi praticamente uma hora! Correu muito muito bem. Mas ainda assim não me dá vontade de voltar a repetir a experiência 🙂

– Tens alguma visão sobre o Parto em Portugal? Há alguma coisa que consideres que pode mudar ou ser melhorada?

Eu penso que o parto deveria ser mais aproximado daquilo que a mãe e/ou os pais idealizam. Acho que muitas vezes o que é norma não vai ao encontro das expectativas dos casais e acho que isso deveria mudar. Porque o parto, quer seja fácil ou difícil, é um momento único na vida de uma família.

Muito, muito grata Catarina, pela tua partilha! Sei que são momentos muito íntimos e que, para partilhar assim a vida, é preciso coragem e liberdade de espírito 🙂


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