A primeira rubrica deste ano 2018 é da querida Francisca, da Miss Kale.
Assim que pensei na rubrica e na partilha destas experiências, lembrei-me logo da Francisca. Pouco depois do seu bebé nascer, ela partilhou algumas coisas no seu blog. E lembro-me bem de lhe ter enviado um email na altura a agradecer pela partilha que fez.
Não podia deixar de contar com o seu testemunho nesta minha rubrica.
A Francisca traz consigo uma particularidade – ela teve uma doula! E isso mudou, para melhor, a sua experiência com o parto.
Comprovem 🙂
- Como te preparaste para o parto?
A preparação para o parto natural do Francisco foi feita com a minha doula, Carla Silveira. Não frequentei qualquer aula de “preparação para o parto”, apenas segui todos os seus conselhos e sinto que foram suficientes e indispensáveis.
2. Que diferença sentiste por teres acompanhamento de doula?
Digamos que eu não sei o que teria sido de mim sem a minha doula. Durante a minha gravidez, eu vivenciei os momentos mais difíceis da minha vida. Foi emocionalmente muito doloroso e a Carla foi o meu pilar. Ainda hoje, quase dois anos mais tarde, eu olho para trás e reconheço que ela foi um elemento absolutamente
3. Como foi o teu parto? Foi o que idealizaste ou não?
O nascimento do Francisco foi maravilhoso e foi de encontro ao que eu tinha idealizado. Ele colaborou imenso durante todo o processo. E, mais uma vez, enfatizo a importância de ter o acompanhamento de uma boa doula, pois foi a Carla que me ensinou a comunicar com o meu bebé, aprender a escutá-lo e a ajudá-lo a desempenhar o seu papel, tanto durante a gravidez como também durante o parto. E não tenho qualquer dúvida de que esta foi a razão pela qual o parto natural do Francisco correu tão bem e foi tão rápido (6 horas no total!).
4. Que importância achas que o teu parto teve para ti e para o teu bebé?
Foi um momento absolutamente transformador e inesquecível. Sinto uma profunda gratidão por ter tido a oportunidade de experienciar o nascimento do meu filho de maneira natural e cheia de serenidade. Sinto também que foi um instante que criou um elo de ligação para a vida. Foi maravilhoso.
5. Como viveste o pós-parto? Quais os maiores desafios e as maiores alegrias.
O pós-parto foi muito desafiante. Noites a fio sem dormir, muito cansaço e dois meses a sofrer de mastites recorrentes. Contudo, paralelamente a estes desafios, eu sentia-me a flutuar de paixão pelo meu bebé .
6. Tens alguma visão sobre o parto em Portugal? Alguma coisa que pode ser mudada ou melhorada?
Sem dúvida! Noto que há muita falta de informação sobre a gravidez, parto e pós-parto. As mulheres sentem-se bastante perdidas e desacompanhadas e a informação que vai circulando, nem sempre é fidedigna ou, pelo menos, nem sempre visa o mais alto bem da mãe e do bebé. É necessário haver uma maior consciencialização sobre a gravidez, sobre o parto em si e sobre o pós-parto, nomeadamente no que diz respeito à amamentação, que ainda é bastante menosprezada.
7. Tens alguma sugestão para as grávidas que nos estão a ler neste momento?
Sê acompanhada por uma boa doula; procura informar-te sobre o processo de parto (epidural, cesariana, occitocina sintética, forcipes, etc.) – informação é poder e, como mulher, e, principalmente, como mãe, tu queres e deves estar numa posição de poder, em que és TU quem decide como desejas parir o teu filho; informa-te também sobre a amamentação (como fazer uma boa “pega”, como prevenir mastites, como aumentar a quantidade de leite, etc.), pois é essencial para a saúde do teu bebé.
Imensamente grata querida Francisca.