“A história da minha Gravidez e Parto” por Joana Diogo, do Fox and June

Depois de um pausa maior do que o expectável, volto com a Rubrica “A história da minha Gravidez e Parto”. Quero tornar esta partilha regular e aproximar cada vez mais mães e mulheres.
A gravidez e o parto são vivências realmente marcantes nas nossas vidas e é um grande privilégio contar com a disponibilidade e vontade destas mães para partilharem as suas histórias tão íntimas.
Comecei a seguir a Joana, do Fox&June, de uma forma pouco comprometida pela altura em que casou. Depois, quando soube que estava grávida mantive-me mais atenta e quando o Sebastião nasceu passei a acompanhá-la mesmo!
O ano passado tive a oportunidade de a conhecer pessoalmente e foi daquelas pessoas com quem senti logo, imediatamente, empatia.
Finalmente partilho convosco as suas respostas às minhas questões, neste regresso da rubrica “A história da minha Gravidez e Parto”. Vejam o que a Joana nos conta sobre como viveu a Gravidez do Sebastião e como se desenrolou o parto.
[dt_gap height=”10″ /] [dt_gap height=”10″ /] -A tua gravidez foi planeada? Como te preparaste para a Concepção?

Sim. Decidimos que era o momento certo para avançar. Estávamos os dois estáveis profissionalmente. A nossa relação estava bastante forte e era um desejo de ambos. Até porque não queremos ter apenas um filho e não gostamos da ideia de ser pais com uma idade avançada. Marquei consulta no meu ginecologista, que me segue há imensos anos, fiz análises para perceber se estava tudo bem e comecei com alguns suplementos vitamínicos. Depois, foi uma questão de aproveitar a parte divertida :)[dt_gap height=”10″ /]

– Como reagiste quando soubeste que estavas Grávida? A quem contaste?
Na verdade demorei cinco meses a engravidar e tive uma ameaça no mês anterior a descobrir que estava grávida pelo que fui fazer análises de rotina (tenho hipertiroidismo) e percebi que o meu médico me tinha passado também o teste de gravidez, para aproveitar a colheita de sangue. Estava uns dias atrasada, mas como no mês anterior tinha sido falso alarme não liguei muito. Na noite anterior tinha combinado com o meu marido que nesse dia íamos marcar a próxima viagem. Quando, duas horas depois, vi o resultado, liguei-lhe logo e disse que afinal o Japão teria de ficar para depois.[dt_gap height=”10″ /]
– Contaste logo ou resolveste esperar? 
Contámos nos dias seguintes à família e amigos mais próximos. As pessoas mais afastadas foram sabendo naturalmente, não fizemos disso uma grande questão. Sempre tive na ideia que mesmo que corresse mal, preferia que certas pessoas soubessem, para poder ter algum apoio da parte delas. [dt_gap height=”10″ /]
– Como viveste a tua gravidez? 
De forma um bocadinho atribulada, confesso. Tive alguns problemas no trabalho, que me causavam um stress enorme. Aos cinco meses descobrimos que o bebé não estava a crescer o que seria suposto, estava num percentil muito baixinho, e a partir daí fui sempre muito mais vigiada. [dt_gap height=”10″ /]
– O que sentes que a gravidez te trouxe? Alguma oportunidade especial?
A gravidez em si, não. O facto de ser mãe, sem dúvida. Tive oportunidade de iniciar o projecto Mães.pt em conjunto com outras mães, tive alguns posts publicados no A Mãe é que Sabe, que me deram muito gozo escrever e perceber o impacto nas outras pessoas.[dt_gap height=”10″ /]
– Como te sentiste enquanto estavas grávida?
Não adorei estar grávida , confesso. Sempre fui muito cuidadosa com o meu corpo e apesar de perceber perfeitamente que estava a fazer crescer uma nova pessoa dentro de mim, as mudanças foram difíceis de aceitar. Não conseguir vestir as minhas roupas, estar limitada apenas a dois pares de calças, fez-me alguma confusão. Mas agora percebo que estava apenas a ser mesquinha e com medos sem fundamento. Na próximo com certeza será diferente.[dt_gap height=”10″ /]
– Fizeste alguma preparação para o parto? Fala um bocadinho sobre isso.
Sim. A todos os níveis! Fiz o curso de preparação no Centro Pré e Pós Parto, que desde já recomendo imenso. Li imenso. Pesquisei ainda mais e falei com o meu médico sem medo, sobre o que gostava para aquele momento.[dt_gap height=”10″ /]
– Que conselho podes dar a outras mulheres grávidas sobre a preparação para o parto?
Esse mesmo. Por mais estranho que pareça ter de dizer ao nosso médico que queremos contacto pele a pele assim que o nosso bebé nasça, porque pensamos que eles têm isso como garantido, não têm. Falem sobre isso. Façam uma lista das condições ideias. Visualizem o momento. Falem também, se tiverem oportunidade, com outras mães que tenham tido os bebés no sítio onde vão ter, há sempre óptimas dicas para partilhar. E visitem a maternidade também. Se no dia D já é tudo tão novo, ao menos já ficam a conhecer o sítio e isso é menos um factor de stress.[dt_gap height=”10″ /]
– Como te sentiste com o teu parto? Foi o que tinhas idealizado? Se não, queres partilhar um pouco sobre o que correu menos bem?
Posso dizer que o meu parto foi muito melhor do que estava à espera. Apesar de ter sido pré-termo, às 37 semanas e de ter percebido que estava cheia de contrações num CTG de rotina (porque pensava que era normal no final da gravidez visto que não causavam dor) foi tudo muito tranquilo. O meu médico internou-me logo. Mandou-me caminhar imenso e mexer-me imenso para acelerar. O que sempre lhe pedi foi que fosse tudo o mais natural possível. E quase quase consegui. A bolsa rebentou naturalmente, mas ao fim de 14 horas sem grandes progressos na dilatação lá cedi à oxitocina. Ao fim de 4 horas estava na sala de partos. Com música clássica, o meu médico a dizer que íamos trabalhar em equipa. E assim foi. Vinte minutos e o Sebastião nascia. Pequenino, mas cheio de força.[dt_gap height=”10″ /]
– Tens alguma visão sobre o Parto em Portugal? Há alguma coisa que consideres que pode mudar ou ser melhorada?
Acho que há tantas, demasiadas coisas que ainda têm de mudar. Eu tive a sorte de ser seguida por alguém em que confio e que respeitou tudo o que pedi. Estar num hospital privado também ajudou ao ambiente. Tudo mais calmo, sem pressa. Com óptimas condições. Sei de histórias felizes nos hospitais públicos, mas também de outras macabras. Histórias onde não se respeita a mulher ou o casal. Tudo a correr e sem nexo nenhum. Condições deploráveis. Infelizmente as más histórias continuam a ser muito mais frequentes.
[dt_gap height=”10″ /]
[dt_gap height=”10″ /]
Muito grata Joana, pela tua partilha! E com as mudanças boas que estás a fazer na tua vida tenho a certeza que as próximas gravidezes serão bem diferentes.

All rights reserved © Catarina Gaspar