Este assunto tem vindo à minha mente vezes demais para não ser partilhado e vem sempre no mesmo formato :”Estou óptima.”
Há uns anos, decidi fazer uma pequena mudança na minha vida. Mais concretamente, no meu vocabulário.
Estava na faculdade quando me dei conta que, quando me perguntavam “Então, tudo bem?” Havia uma parte minha que tinha de pensar muito, analisar bem a vida em geral e particular e responder, verdadeiramente, àquela questão.
Quando respondia “Sim, tudo bem”, ficava um macaquinhos na minha mente a enumerar razões para não estar tudo assim tão bem. Por outro lado, comecei a perceber que muitas pessoas, principalmente as mais velhas, respondem a esta pergunta com o típico “Vai-se andando”.
Como assim?
Ou estás bem ou não estás. Vai-se andando? Que escassez é esta? De que te queixas tu, afinal? Se nem tu sabes do que te queixas, como podes mudar isso? Porque não estás óptimo?
Bom, foi aí que resolvi, sempre que me perguntavam “Como estás?”, responder “Estou óptima!”. A menos que houvesse alguma razão para não estar óptima, responderia isto. (Mentir não é comigo. Por isso a ideia não é dizer aquilo que não é.)
No início, quando respondia “Estou óptima!” vinha o macaquinho questionar “Ai sim? E as dificuldades no trabalho x? E a sensação que tens com a pessoa y? E o teu trabalho que não te satisfaz assim tanto?”
Foi preciso firmeza e disciplina para não ceder à auto-vitimização. A minha regra era simples, a menos que houvesse alguma razão óbvia e plausível para não estar óptima, eu estaria sempre óptima.
Com o tempo, o macaquinho começou a acreditar no que respondo. E mais, sentiu necessidade de encontrar factos que comprovassem a resposta que eu dava. Então, actualmente, enquanto dou a minha resposta, a minha mente começa a enumerar razões para estar óptima “Tens saúde e sentes-te bem. Trabalhas no que queres. Tens ao teu lado a melhor pessoa que podias ter. A vida é maravilhosa. O sol já cá está para te aquecer a pele. Tens paz de espírito.” etc, etc, etc.
Isto é apenas para vos dizer que o que dizemos conta muito para a nossa realidade. As palavras são poderosas. Os pensamentos já o são, mas ainda não são matéria. As palavras têm vibração. Têm um impacto e uma projecção. E tudo o que dizemos é projectado.
Adoro a frase que Shiv Charan diz “Se o que vais dizer não te vai elevar, elevar outra pessoa, não inspira e pode até danificar, está calado.”
Experimenta fazer uma pequena mudança destas no teu dia-a-dia. Começa por te ouvir. O que respondes quando te perguntam “Como estás?” Com que palavras, com que expressão, com que emoção?
Tudo isso conta! Não te digo para mentires. Encontra uma expressão, uma palavra, que seja mais positiva do que a que usas hoje em dia. Que seja mais elevada e inspiradora. Para além de, aos poucos, começares a ver resultados, vais ainda desencadear a reflexão em alguém “Ui, ela está óptima? Porque eu não estou óptimo?”
E é assim que a mudança surge.
VIVE UMA ÓPTIMA PÁSCOA. Que seja mais uma oportunidade para o teu renascimento 🙂