Não sou “fanática” dos sonhos mas há alguns que para mim têm um significado especial.
E sei disso pelas emoções que me causam, por serem tão realistas que custa a diferenciar da realidade ou pelo encadeamento que têm.
No caso da minha Pré-Concepção houve uma série de sonhos que foram surgindo e que me ajudaram no processo.
E é isso que vos vou contar hoje 🙂
O primeiro sonho que tive foi logo depois de me casar, em Outubro de 2016. Lembro-me que ainda não tínhamos ido de Lua-de-Mel mas fomos logo a seguir.
Neste sonho a minha mãe chegou ao pé de mim um bocado aflita e disse-me “Catarina, a tua filha já nasceu e está no hospital à espera que a vás buscar.” Fiquei confusa e disse-lhe “Isso é impossível. Eu não estive grávida. Não pode ser!” “Pois, não sei. Mas está lá e tens de ir buscá-la.” Cheguei ao hospital e ela estava na incubadora. Tinha pessoas à volta e eu pedi para saírem todas e deixarem-me sozinha com ela. Já que não tinha estado grávida, precisava de estar com ela e perceber o que se passava. Pu-la no meu colo embrulhada numa manta e sentei-me num cadeirão virado para a porta do quarto. Pouco depois chegou o Gonçalo, abriu a porta e espreitou. Perguntou-me “O que se passa?” Disse-lhe “Não sei. Mas é nossa!”
Nessa altura partilhei o sonho com uma amiga que me disse “A mim parece-me óbvio. A vossa filha está pronta para vir. Está só à espera que “a vão buscar””. Fez-me todo o sentido claro. Ainda por cima porque a diferença de tempo entre eu chegar a ela e o Gonçalo chegar era como estávamos na altura. Eu prontíssima para engravidar e ele ainda a processar.
O segundo sonho que me marcou (isto porque acho que tive outro pelo meio mas não me lembro tanto) foi há menos tempo. A meio do ano passado. Por volta de Agosto/Setembro 2017. Este sonho começava comigo e com o Gonçalo a irmos a casa da minha mãe buscar o nosso filho que tinha 1 semana de vida. Tínhamos os dois escolhido trabalhar em vez de estar com o bebé. Seria a primeira vez que íamos estar com ele. No caminho para lá senti uma culpa enorme por ter posto o trabalho à frente dele. Quando chegamos, a minha mãe colocou-o no meu colo e eu, preocupada disse-lhe: “Se calhar não vou ter leite. Não amamentei durante uma semana….” A minha mãe consentiu “Pois!!”.
Retirei deste sonho três coisas. Uma – Eu e o Gonçalo estávamos juntos, lado a lado. Dois – O trabalho era mais prioritário nessa altura. E eu queria que assim fosse?! Três – o nosso filho tinha uma semana de vida. Estava a ficar mais perto do parto, da gravidez e da concepção. Quereria isso dizer alguma coisa?!
Entre estes dois sonhos houve outro que não veio até mim mas até a uma amiga. Ela sonhou que eu tinha sonhado e lhe tinha contado o sonho. Nesse sonho, eu tinha sonhado com a minha filha e ela tinha-me dito porque ainda não podia vir. Primeiro porque eu estava a usar muita energia criativa na altura e “não havia que chegasse” para criar um novo ser e depois porque eu tinha falta de “gordura”.
Este foi dos mais emocionantes. Primeiro por vir de quem veio, depois porque calhou em Novembro de 2017, altura em que já estávamos activamente a fazer para que acontecesse a concepção e não acontecia. Também porque realmente eu estava a criar muitas coisas na altura e pude perguntar-me internamente se acreditava que a energia criadora é limitada ou ilimitada. Acredito na prosperidade ou na escassez?
Depois desse sonho fiz uma consulta de Naturopatia e confirmamos que tinha falta de ácidos gordos essenciais. Foi aí que alterei o meu suplemento vitamínico e inclui mais ómegas na minha alimentação.
O terceiro sonho que tive foi este ano, em 2018, 15 dias antes de engravidar.
Foi um sonho lindo, muito divertido, com imensa alegria e felicidade. Eu estava grávida (pela primeira vez num sonho!) e estava em trabalho de parto. Estava num quarto só com o Gonçalo e estávamos tão divertidos. A rir imenso. A dizer piadas. Muito contentes e descontraídos (como é hábito, aliás). Eu dizia-lhe “Como é que isto é estar em trabalho de parto?” No momento imediatamente antes do expulsivo, o bebé em vez de sair do meu corpo, começou a sair do corpo do Gonçalo. Eu vi-o coroar, depois sair o corpinho e segurei nele mal nasceu. Quando o vi, constatei que era rapaz. Disse-lhe “Ah, és menino!” Respondeu-me a sorrir “Sim!”
Abracei-o e disse ao Gonçalo “Não precisavas ter parido. Eu conseguia!” Respondeu-me “Sim, mas assim foi mais fácil.” Com o seu sorriso de sempre. Saímos os três do quarto para vir mostrar o bebé à família que estava na sala de espera. Chegamos a uma porta de vidro, apresentamo-lo e voltamos os três, contentes, unidos e a rir.
Deste sonho tirei várias coisas. Uma – eu estava grávida! Dois – o Gonçalo estava comigo. Perfeitamente alinhado e pronto para receber este bebé. Três- não havia distância entre o parto e a nossa chegada ao bebé. Estavamos os três, juntos. Quatro – eu consigo parir mas o Gonçalo achou que era mais fácil se fosse ele. Será que há uma parte minha que acredita que é mais fácil se fizerem por mim? Virá do meu próprio parto – Cesariana, em que efectivamente foi mais fácil terem-me tirado em vez de eu nascer sozinha.
E agora que já estou grávida de um menino vejo que ele já me tinha mostrado que vinha.
Queria muito contar-vos estes sonhos que são muito pessoais e fazem parte da nossa história. Queria contar-vos não só para partilhar mais um pouco de nós e do nosso processo, mas também para vos alertar para isto: Os sonhos trazem-nos mensagens. Valorizem. Apontem. Partilhem. Mesmo que seja confuso e não vejam relação à partida, deixem escrito e vão reler mais tarde. Os medos aparecem nos sonhos, algumas intuições também.
Não achem que são só “tótós” e não significam nada. Dêem-lhes espaço para se expressarem.
E vocês? Têm histórias de sonhos assim? Que façam parte da vossa viagem e que tenham ajudado alguma parte da vossa vida?