Olá!
Hoje vamos falar sobre PLANO DE PARTO.
Afinal o que é isto que tanto se tem falado nos últimos tempos? Sinto que “de repente” há muitas grávidas que conhecem este plano e que se mostram interessadas em fazê-lo. Ahoo! 😀
O que é?
O Plano de Parto é uma carta ou lista escrita pelos pais e entregue aos Profissionais de Saúde que acompanham o parto de forma a exprimir as suas escolhas e preferências para o parto.
Como e quando se faz?
O Plano de Parto pode ser feito em qualquer altura da gravidez, desde que os pais sintam essa vontade.
Este Plano é feito através de pesquisa e conhecimento dos tipos de parto – parto hospitalar, parto domiciliar, parto humanizado, parto natural, etc… e através do conhecimento consciente da fisiologia do parto e dos procedimentos normalmente feitos (só assim é possível saber o que quer/prefere em cada momento :))
O que gostaria de partilhar convosco vem do título deste post “Cuidado com ele!” – como assim??
O Plano de Parto existe para que a mulher e o seu companheiro se debrucem activamente no processo do parto, investigando, conhecendo, reconhecendo a necessidade de intervenção ou não em cada momento do parto. Poder exprimir as suas preferências aos profissionais que atenderão o parto, pode transmitir muita segurança. No entanto, é também preciso saber que nem sempre o Plano de Parto é tido em conta na hora H por variadíssimas razões – porque a equipa que está de banco não é a mesma que teve acesso ao Plano, porque houve qualquer imprevisto que altera completamente o rumo das coisas, porque…. porque…. porque….
Para além disto, é muito importante que o Plano de Parto seja viável, isto é, que não seja utópico nem exigente. Se uma mulher quer parto natural (vaginal não intervencionado entenda-se) é normal ler no seu Plano de Parto – “Não queremos clister, não queremos soro, não quermos oxitocina, não queremos CTG contínuo, não queremos episiotomia, não queremos… não queremos….não queremos….e queremos alimentação e bebida livre, queremos movimento livre, queremos escolher a posição, queremos…queremos….queremos….”
É preciso humildade. É preciso reconhecer que os profissionais de saúde querem o nosso bem e do nosso bebé. É preciso confiar no processo e reconhecer nele a imprevisibilidade da vida. Cada parto é único e quanto mais cedo aceitarmos isso e abrirmos mão do controlo, mais fácil será adaptarmo-nos em cada momento de acordo com o que estiver a acontecer.
Por isto, apoio totalmente o Plano de Parto enquanto ferramenta de tomada de consciência e de conhecimento do processo e dos procedimentos e escolha consciente do que realmente é importante para nós. Apoio totalmente a apresentação do Plano de Parto à equipa de Profissionais de Saúde estimulando uma conversa aberta e honesta onde a responsabilização é fundamental.
E por isso, quando apresentamos uma carta à Instituição Hospitalar com as nossas preferências para esse momento, é da nossaresponsabilidade o que está lá escrito. É da nossa responsabilidade conhecer o que queremos e saber que o que queremos é verdade, íntegro e consciente.
Lembremo-nos que quem faz o parto é a mãe e o bebé e que o momento do parto deve ser dos momentos mais imprevísiveis que vivemos na vida. Aceitemos isso com naturalidade e respeito 🙂
[Podem ver mais sobre plano de parto em http://www.inutero.pt/UserFiles/File/artigos/nascimento/Plano%20de%20Parto.pdf
http://www.amigasdoparto.com.br/oms.html
http://www.gimnogravida.pt/Documentos/plano%20de%20parto%20oms_.pdf]