Porque a Pré-Concepção é tão especial para mim?
A semana passada falava com a Ana Vale sobre isto mesmo. Contava-lhe que não sabia bem porquê nem como tinha começado, mas que a Pré-Concepção é realmente algo muito sensível e especial para mim. Dizia-lhe eu que era porque estou a viver esta fase desde há algum tempo, que reconheço a grande mais valia que é preparar-me para a gravidez e que faz-me todo o sentido partilhar a minha experiência.
E não é que durante o fim-de-semana caiu-me a ficha? Reparem:
Quinta-feira, antes de ir com o Gonçalo passear e comemorar o nosso primeiro aniversário de casados, passei em casa dos meus pais e resolvi olhar para os livros que a minha mãe tinha na estante. Procuro sempre um livro específico de Gravidez que faz parte das minhas memórias de infância. Um livro com imagens do útero, do recém-nascido que eu via e via horas sem fim, sem me cansar. Bem, quando vi um livro que na lombada tinha a palavra “Útero” achei que tinha encontrado o tal, finalmente. Tirei-o o da estante e para meu espanto não era o mesmo. Mas então a minha mãe tinha outro livro sobre o Útero? Este chama-se “A vida secreta da criança no útero”. Achei o máximo e pedi-lhe emprestado! Levei-o comigo no fim de semana e estava completamente apaixonada. Um livro de 1981 que fala sobre a memória do feto, a consciência e a sua personalidade construída desde cedo. A influência da ansiedade na mulher grávida, o papel do pai na gravidez, a construção da memória desde a gravidez e a influência do parto. Enfim, muitos serão os posts em que vou partilhar estas informações. Porque são realmente apaixonantes e empoderadoras 😉
Nisto, andava eu inspirada e apaixonada pela vida intra-uterina (mais uma vez) quando resolvo fazer uma caminhada pela praia. Sentia o meu útero. Sentia activamente a minha Pré-Concepção. Sentia uma gratidão imensa pela consciência que vai expandindo cada vez, quando, de repente, me cai a ficha: a primeira mulher que conheci que fez Pré-Concepção foi A MINHA MÃE!
Eu já sabia que a minha mãe queria ter mais um filho, que o meu pai não achava boa ideia na altura e que ela, às escondidas, andou a fazer de tudo para que eu viesse. E o tudo que fez (e o que sei) foi medir temperatura basal para saber quando ovulava, falar regularmente com a ginecologista e mantê-la a par dos seus planos e preparar-se para a minha chegada. Eu já sabia isto mas nunca tinha visto desta forma. Foi uma emoção tão grande. Fiquei muito muito comovida e a sentir-me ainda mais grata pelo caminho. Afinal a Pré-Concepção é tão especial para mim porque foi assim mesmo que vim. Mais do que estar a vivê-la agora, eu já a vivi antes!
Que maravilha!
Bom, vou preparar uma entrevista para fazer à minha mãe para saber mais sobre a sua (nossa) Pré-Concepção e depois partilho convosco! 😀