Pré-Concepção – a primeira pergunta a fazer

Trabalhar com mulheres e casais em Pré-Concepção faz-me acreditar ainda mais na Humanidade.

E porque digo isto? Porque quando um casal tem consciência da responsabilidade e da benção que é conceber, gestar, parir e criar um filho, a probabilidade de criarem um ser feliz, consciente, saudável e divino é muito maior.

Sabemos hoje que as nossas escolhas, atitudes, crenças e feridas emocionais são facilmente passadas de geração em geração se não tivermos consciência delas.

O que te pergunto é:

  • O que queres tu passar aos teus filhos?

Tens consciência de ti, das tuas acções, das tuas reacções, das tuas fragilidades e das tuas crenças?

Quantas vezes apontamos os dedos aos nossos pais, porque fazem isto e aquilo, porque fizeram isto e aquilo, porque são assim e assado e, na hora h, quando temos uma criança à nossa frente, começamos a reproduzir exactamente o que os nossos pais faziam connosco?

Gerar e criar um novo ser é mesmo uma grande responsabilidade. E responsabilidade significa “ter a capacidade de dar resposta”. A responsabilidade não deve assustar-te mas sim dar-te poder. Tu tens a capacidade de responder. De responder pelos teus actos, pelos teus pensamentos.

Uma pergunta chave que podemos fazer na Pré-Concepção é:

  • Porque quero ter um bebé?

E sem filtro nenhum, responde a esta, tão simples, questão.

Depois, olha para as tuas respostas e vê qual delas representa um acrescento à tua vida actual. Isto porque, podemos dar conta que queremos ter um bebé para preencher um vazio qualquer que existe. E aí não há acrescento. Há apenas “tapar um buraco”.

Sê muito honesta contigo. Ninguém está a ver nem a julgar. Estamos apenas a fazer um exercício de consciência. Olhar para esta vontade que existe e sentir a motivação que está por trás dela.

Não são poucas as vezes em que a motivação que nos leva a fazer algo é o MEDO. Em vez de ser o AMOR.

Entendes a diferença?

Querer ter um filho porque precisas ser amada tem por base o medo. Medo de não seres amada.

Querer ter um filho porque precisas ser aceite na sociedade tem por base o medo. Medo de não seres aceite.

Querer ter um filho porque precisas de animação na tua vida também tem por base o medo. Medo que a tua vida não seja animada o suficiente só por si. Medo de descobrires que a vida tem pouco significado, afinal.

Por outro lado, se queres ter um filho porque queres passar os teus valores, as tuas experiências e o amor que sentes, então estás a escolher com base no amor.

Ou se queres ter um filho porque queres contribuir para que seja ele próprio, nesta vida, estás a escolher pelo amor.

Estes são apenas alguns exemplos para te pôr em contacto com as tuas motivações de base.

E a preparação para a concepção passa muito por tomar consciência do que nos move. Da razão pela qual queremos tanto isto. E ajustar para que seja um processo repleto de amor, abundância e alegria, em vez de medo, carência e tensão.

[imagem retirada de https://www.dayspring.com/articles/encouraging-friends-through-the-seasons-of-motherhood]

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