Bom dia!!
Hoje trago-vos uma delícia que encontrei no meio de uma das minhas pesquisas! Um teste criado pela defensora do parto humanizado, parteira e educadora perinatal Ana Cris Duarte, para fazer ao obstetra e perceber, de uma forma divertida e informal, que tipo de médico é ele. Que tipo de parto defende, que intervenções acha essenciais… Vejam e levem para a próxima consulta 😉
1) Qual a sua postura em relação à “cesariana x parto normal”?
a) O parto normal é o melhor, mas só dá para saber na hora.
b) Hoje em dia não faz sentido ter bebê por parto normal, com as técnicas de cirurgia tão avançadas e seguras. A recuperação é rápida e graças aos novos antibióticos, antinflamatórios, antitérmicos e analgésicos, pode ter uma vida quase normal em menos de 2 meses.
c) O parto normal é melhor, mas na sua idade (ou com o seu peso, ou nesta época do ano, ou para uma pessoa sensível como você) a cesariana é mais garantida.
d) O parto normal é melhor e pelo menos 90% das mulheres podem dar à luz naturalmente. Você também tem tudo para ter um parto normal e nós vamos nos preparar para isso!
2) Quais intervenções no parto você considera essenciais?
a) O que eu uso nos partos é o soro com oxitocina (hormona) para acelerar as contracções, episiotomia (corte no períneo) e rompimento da bolsa aos 5 cm de dilatação. Mas às vezes tenho outras ideias durante o parto. Depende do dia e dos meus compromissos.
b) Eu uso as intervenções apenas em raros casos, até porque a maioria delas podem ter efeitos colaterais indesejáveis. A natureza pensou em tudo, para a grande maioria das mulheres.
c) Só a anestesia, porque acho que a mulher não deve sentir dor. O resto varia de mulher para mulher.
d) Só a episiotomia, porque o parto pode destruir a vagina da mulher e provocar incontinência urinária.
3) Em que posição posso dar à luz? Posso ter um parto de cócoras?
a) Ra ra ra ra…. Parto de cócoras? Você não é índia, é? A mulher de hoje não tem musculatura para ficar de cócoras. Você quer ser partida ao meio, minha filha?
b) Semi-reclinada, pois no centro obstétrico da maternidade onde atendo, tem uma mesa de parto que permite que a paciente eleve um pouco as costas.
c) Da maneira que se sentir mais confortável, podendo ser de cócoras, de quatr
o, de lado ou de outro jeito que inventar. A única posição que eu procuro não incentivar é deitada, porque o bebê pode ter o suprimento de oxigênio comprometido.
o, de lado ou de outro jeito que inventar. A única posição que eu procuro não incentivar é deitada, porque o bebê pode ter o suprimento de oxigênio comprometido.
d) Como assim? Existe outra posição para dar à luz que não seja deitada?
4) Qual será sua postura caso eu recuse alguns procedimentos que você esteja recomendando?
a) O parto é seu. Você decide o que é melhor. Se eu indicar um procedimento, vou explicar porquê, vantagens e desvantagens, mas quem tem que resolver é você.
b) Eu não recomendo procedimentos. Eu faço. Na hora do parto você não tem condições de discutir o que é bom para você. Aliás, desde o início da gravidez a mulher tem o comportamento alterado, bem como a capacidade de discernimento.
c) Eu terei que abandonar o atendimento e chamar um plantonista, pois não quero me responsabilizar pelas desgraças que podem acontecer ao seu bebê.
d) Você não tem o direito de recusar um procedimento que está sendo prescrito para o bem do seu bebê.
5) Até quanto tempo você espera na gestação, antes de indicar procedimentos por “passar da data”?
a) Eu espero até 40 semanas. Depois disso faço a cesariana Nem tento a indução, porque é tempo perdido. Ou você prefere arriscar a vida do seu filho e viver com esse peso para o resto dos seus dias?
b) A gestação normal vai de 38 a 42 semanas. O que eu proponho é um cuidado mais intenso depois que passa as 41 semanas. Mas a princípio, enquanto o bebê e a placenta estiverem bem, eu não faço nada. Passadas 42 semanas, podemos começar a pensar em indução do parto.
c) Eu espero até 40 semanas. Depois disso interno para induzir com soro.
d) Eu espero até 41 semanas e depois interno para induzir com citotec.
6) Você tem o hábito de pedir permissão e informar tudo o que você acha necessário fazer durante a gestação e o parto?
a) Como assim, pedir permissão? Eu estudei 10 anos, trabalho há 15 anos com partos e sei o que estou a fazer. Se for pedir permissão para fazer tudo, vou passar o dia nessa lenga-lenga com as minhas pacientes.
b) Só peço permissão quando acho que o procedimento vai doer.
c) Não faço nem um exame vaginal sem pedir permissão, pois o corpo é seu, o parto é seu. O meu dever é fazer o melhor, desde que você me permita e entenda o que está acontecendo.
d) Depende do dia, pois às vezes depois de 2 plantões seguidos, eu fico meio impaciente.
7) Qual é a sua taxa de cesarianas?
a) Não sei, não tenho contado ultimamente… Se é alto? Não considero alto, porque hoje em dia as mulheres só querem cesariana. A culpa não é minha. Elas já chegam com uma idéia pré-concebida.
b) A minha taxa de cesariana é baixa, cerca de 40-45%…
c) A taxa é de 20%.. De partos normais..
d) Minha taxa de cesarina está perto de 25%, o que ainda considero alta, mas estou tomando algumas providências para tentar baixar para os 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde
8) Posso levar meu marido e uma acompanhante (doula) para o meu parto?
a) Por mim você pode levar qualquer pessoa que faça você se sentir segura e tranquila.
b) Porquê? Você vai dar uma festinha no centro obstétrico? Quer ver o seu marido desmaiar? Eu acho que um acompanhante já é muito.
c) Pode levar só o marido, mas só depois que ele fizer a preparação comigo, porque eu quero um aliado, não um inimigo a vigiar-me.
d) Não, eu acho que acompanhantes atrapalham, perturbam o ambiente, fazem muitas perguntas, deixam a mulher insegura, ficam questionando o médico. Eu não atendo a família, eu atendo a gestante!
9) Você acha possível um parto normal depois de uma cesariana?
a) Está maluca? Quem lhe disse isso? Deixe-se disso, minha filha, isso são coisas de naturistas inconsequentes.
b) É possível, mas temos que usar fórceps para não ter um período expulsivo prolongado.
c) É possível se o trabalho de parto não passar de 4 horas.
d) É possível e é uma óptima opção, com grandes possibilidades de dar certo.
10) Você acha que tendo uma gestação de baixo risco posso ter meu bebê em casa?
a) Sim, o local do parto deve ser escolhido por si e pelo seu marido. Se essa for a vossa opção, devemos tomar algumas precauções, como ter um hospital relativamente perto para o caso de precisarmos de remoção. Mas geralmente não há necessidade.
b) Sim, mas eu não atendo partos domiciliares. Posso tentar te indicar um médico que faça.
c) Está maluca? Quer matar o seu bebê? Quer se matar? Já pensou como é agradável sangrar até a morte com sua família a ver e sem ter o que fazer?
d) Sim, mas é muito arriscado. Muito mesmo. Você está com idéias muito românticas sobre o parto. Deveria pôr os pés no chão.
11) Devo fazer um curso de preparação para o parto?
a) É bom, não porque vocês não sabem o que é certo, mas o curso vai dar-vos dicas preciosas, vai dar -vos boas sugestões para um parto agradável, vai dar-vos dicas de amamentação. No mínimo, você vai estar em contacto com outras gestantes, o que pode ser uma experiência bastante enriquecedora.
b) Que disparate. Na hora eu digo o que é certo ou errado. Eu estudei 10 anos, pratiquei mais 15 e lhe garanto que sei fazer um parto. É só você ficar deitada quietinha que vai dar tudo certo.
c) Faça apenas o curso do hospital, para saber onde é a entrada, como são as rotinas do hospital, como se comportar e o que esperar.
d) Tanto faz. Pode também ler essas revistas para mãezinhas que tem todas as dicas que precisa de enxoval, decoração, exames médicos e tal.
12) Quantos exames de ultrassom eu devo fazer ao longo da gestação?
a) O ideal é fazer em todas as consultas e por isso eu já tenho um aparelho aqui no consultório. Assim vamos vendo a carinha do bebê, como ele se mexe, todas as partes do corpo e tudo o mais.