Como te sentes no primeiro dia da menstruação?

Bom dia!!

Hoje venho só colocar questões e fazer-nos reflectir.

Na sociedade Ocidental actual, com o afastamento entre os nossos corpos, os nossos ciclos, as nossas necessidades e o nosso dia-a-dia, com o trabalho, a carreira, os outros, a família, a casa, etc etc, tomamos cada vez menos atenção ao que precisamos em cada instante.

O que te pergunto é:

> Tens sintomas pré-menstruais?

> Reconheces os sinais que o teu corpo te dá quando a menstruação está para chegar?
> Sentes a menstruação chegar? Ou quando dás conta já cá está?
> Usas calendários e aplicações para que sejas avisada quando a menstruação chega? Ou, complementas essa informação “exterior” com os sinais do teu corpo?
> Quando estás a menstruar, que sintomas ou sinais o teu corpo te dá?
> Costumas sentir dor? Desconforto?
> E o teu nível de energia? Como é?
> Sentes-te igualmente sociável, virada para fora e para os outros, ou mais recolhida, introspectiva, melancólica?

> E se te sentes introspectiva, o que fazes? Respeitas isso ou continuas a falar com todos, a querer participar nas conversas activamente, a manteres-te no teu melhor?

Esta noite chegou a minha menstruação. Dormi mal, com desconforto pélvico. Um sono muito agitado com várias mudanças de posição. Pensei em tomar homeopatia a meio da noite, mas tive preguiça de me levantar. Consegui dormir sem dor e profundamente entre as 7h e as 10h. O ginásio fica para amanhã.

“Que sorte não ter compromissos agendados para esta manhã.”

“Sorte? Ainda acreditas em sorte e azar?”

Levantei-me quando o meu corpo deu o “OK”. Enfaixei os rins e a pélvis para manter a minha temperatura mais alta e aumentar o conforto. Preparei o pequeno almoço ao meu ritmo, ouvindo o que me apetecia comer neste momento.

E os planos que tinha na agenda para esta manhã, ficam para depois. Sem pressas nem pressões.

(Ah, até consegui vir escrever isto no blog. UAU! Que manhã tão produtiva!! :D)

Nós não estamos habituadas a ouvir as nossas necessidades e, por isso, não sabemos bem como nutrir-nos daquilo que precisamos.

Uma vez, uma amiga, partilhava no nosso grupo de conversa que só lhe apetecia levar o saco de água quente para o trabalho. “Então leva! Qual é o problema? Levas o saco debaixo da roupa (ou à vista se assim entenderes. O objectivo não é esconder. É ser funcional.) e quando precisares de encher novamente, vais à copa, aqueces água e pronto. “

“Ai, achas? E o que vão pensar?”

“Provavelmente vão pensar que estás menstruada. Que a menstruação pode trazer algum desconforto e que o saco de água quente é uma ferramenta que tens para aumentar o teu conforto. Já que não vais pedir o dia à entidade patronal para ficar em casa, enrolada numa manta e deitada no sofá, ao menos, permite-te levar esse saco. E ao fazeres isso, vais ser o exemplo para todas as outras mulheres que desejam levar o seu saco e não tem coragem para o fazer. Quem sabe começas um movimento na tua empresa, junto das tuas colegas.”

Precisamos falar sobre isto. Mais uma vez.

As tendas vermelhas existem para isto mesmo. As mulheres falarem umas com as outras sobre a sua sexualidade, menstruação, dúvidas, emoções, partilhas. Como nem todas frequentamos tendas vermelhas (ainda!), cabe-nos a nós, que temos consciência disto, trazer ao de cima estes assuntos. Falar abertamente, sem pudor, nem vergonha.

Sinto vergonha quando digo que não tenho energia nenhuma para fazer nada? Ou quando digo que não me apetece falar com ninguém naquelas horas? Naquele dia?

Somos mulheres. Somos cíclicas. Oscilamos. É mesmo assim. Quanto mais me aceito como mulher, mais aceito as mulheres à minha volta. Então vamos lá.

Este vídeo é maravilhoso!! Vejam:


All rights reserved © Catarina Gaspar