Uma questão de fé

E o primeiro trimestre está a acabar. Não digo que voou, porque não sinto isso. Foi vivido, cada dia, cada semana e sentido cada alegria e cada medo.

Tenho sentido nas últimas semanas que este primeiro trimestre é muito uma questão de fé.

Eu sei que estou grávida, vejo a barriga crescer (mas ainda é um crescimento que pode ser inchaço, gases, glúten, gordura, falta de exercitar abdominais), tenho as mamas mais volumosas do que antes, não tenho menstruação, o teste deu positivo, as ecografias que fiz mostraram um bebé dentro de mim. Eu sei e sinto-me grávida.

Mas…

Está tudo tão “escondido”, tão silencioso, tão natural (e que bom!!), que muitas vezes acho mesmo que é uma questão de fé. É um acreditar constante que tudo está bem, que o bebé está a crescer bem, saudável e feliz, com tudo aquilo que precisa e tudo aquilo que está ao meu alcance dar-lhe.

A responsabilidade já existe. O que como, o que descanso, o que vejo e ouço, com quem estou. Tudo é em prol do meu bem e do bem dele.

Na primeira ecografia que fiz, às 7semanas e meia, em contexto de consulta, vimos o embrião. Tão pequenino, com cauda ahah. Ouvimos o coração bater e vi. E ver o coração bater foi mais marcante para mim do que ouvir. Perguntaram-me “Foi uma grande emoção?” “Não. Fui só confirmar. Porque eu tinha a certeza absoluta que tudo estava bem.”

Desta vez, na ecografia das 13 semanas, precisava de confirmar que tudo estava bem. Continuava a acreditar e sentir que sim, o meu corpo não me dava sinais nenhuns do contrário e quando perguntava ao bebé se estava bem, sentia-o responder que sim. A minha emoção era tranquilidade e por isso, tudo estava bem.

 Ainda assim, a mente negativa existe e os medos de que algo corra menos bem também.

Para minha surpresa, estava mesmo tensa antes da ecografia do primeiro trimestre. E quando o vi, tão mais crescido, com o coração a bater, a nuca fina, os ossinhos do nariz, o cérebro e a coluna tão perfeitinhos descansei.

Pude dizer à minha mente negativa e aos meus medos: “Estão a ver? Agora vão descansar por favor!!”

Estou com vontade de sentir o bebé e de complementar esta ligação com o palpável, sentido, óbvio.

Sinto-me grávida antes de estar fisicamente. Sinto-me conectada com a alma do meu bebé desde há muitos meses atrás, por isso, estes últimos 3 meses, são a formação do seu ser físico, a estrutura basilar da sua vida, da sua personalidade, das suas crenças. E eu estou totalmente empenhada em fazer o meu trabalho da melhor forma que sei.

Sinto-me muito abençoada por esta alma me ter escolhido como mãe (e muito vaidosa por ter escolhido o Gonçalo como pai, só mostra que o nosso filho/a sabe bem o que faz e é inteligente!). Todos os dias agradeço a sua presença, a oportunidade que é ser sua mãe e estar a experimentar esta gravidez. Cada dia é único e não dou nada por garantido. Faço o que posso para que tudo corra pelo melhor. O resto, é fé.

P.S. Consigo compreender as mulheres grávidas que vivem este trimestre de uma forma ansiosa, preocupada e com medos. Para vocês, quero dizer-vos que é possível trabalhar a confiança, aprender a relaxar e usufruir desta fase na sua plenitude. Com medos sim, porque eles existem, mas sem deixar que estes abafem tudo o resto, que é tão bom!! Se precisares de ajuda nisso, chama-me. Como Doula ou Professora de Kundalini Yoga tenho a certeza que te posso ajudar 🙂


All rights reserved © Catarina Gaspar